Plataforma 121 : Caos Sonoro & Antoine Trauma - Split Album

Plataforma 121 : Caos Sonoro & Antoine Trauma - Split Album, é um belo encontro split entre Caos Sonoro e Antoine Trauma que vem pra forçar a barra, traumatizar de vez o ouvido/corpo, tipo Take no Prisioners or No Rest para as sensibilidades aí na escuta... O nome não mente, não engana, se trata realmente de caos sonoro em andamento vertiginoso, uma relação entre uma base no estilo Drone/Harsh/Beat de sonoridade contínua crua, bruta e agressiva, e a repetição igualmente contínua-incessante de elementos sonoros entremeados de falhas Glitch. Essa composição em estética mixed remete direto a algo que se pode equiparar com elementos de processos rituais, não apenas o som em si, mas abrindo aí uma relação com o que o som, ao produzir essa base de ritualidade move na própria percepção, o noise de Trauma-Caos se insere nessa nova perspectiva pós-moderna, o ruído, o agressivo, que violenta mesmo os sentidos. Nisso provocar incluso uma dissociação dos sentidos talvez com muito mais efetividade por exemplo que o psicodelismo sonoro, e aí além do som propriamente você tem esse efeito de desarticulação-rearticulação das próprias estruturas perceptivas. O Noise faz parte de um novo conceito de arte que rompe de vez com a tradição do belo, da harmonia sonora, e como disse Masami Akita / Merzbow, "Se com noise você quer dizer som desconfortável, então música pop é noise para mim." Aos neófitos se tem sempre de alertar em forçar essa escuta, o Noise só vale quando se quebra o limite para um outro modo de percepção do som, quando se produz esse efeito de desarranjar as moléculas do corpo, aí o efeito aparece... E emerge algo além como subproduto sonoro-imagético-perceptivo e quem sabe mesmo visionário – boa ocasião para desvirginar de vez os ouvidos... E nossos caros Caos Sonoro & Antoine Trauma não estão aí só por uma boa onda, é mais efeito tsunami mesmo. Para os “curtidos” na coisa, uma muito boa ocasião para dar uma de “piloto de rally subterrâneo com uma narcótica androide nissei” como diria eu pela boca de nosso caro Fausto Fawcet.
Por: Júlio York Jorge
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